sábado, 16 de dezembro de 2023

Ensaios poéticos (volto a escrever porque estou triste)

 

Meu anseio jamais alcançado era mudar o mundo

Quando percebi que antes de tudo precisave me mudar 

Mudar minha inveja

Meu rancor

Minha preguiça

Mas como?

O mundo nos joga para inúmeras contradições

E a maquina corpo

Enguiça

Ulcera 

E as vezes pifa

Pifou o corpo dela

Morreu na minha frente

Mas e daí, será que ela era melhorista como eu?

Será que eu merecia amizade como a dela

Será que juntas melhorarimos o mundo

Nunca teve grito

Violência... e o trauma silêncioso paralisa

Então eu larguei meus remédios por alguns dias para eu movimentar

Mas não achei um caos oportuno para causar

A não ser os aqui de dentro

Caos e causos 

Pesadelos e medos que me assolam

Ou se materializam em violências na forma de gritos. 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Prosa poética de conto de medo

Meu grande sonho era alguém como ele, sorriso largo, olhar honesto, trabalhador, com história de vida similar a minha. Perfeito para meu plano macabro de casar e ter filhos. Eu queria muito ser mãe, realizar o sonho de casar numa cerimônia, todas essas coisas que ficaram antiquadas, mas que ainda movimentam o mercado. 
Especialista em planos furados, tentei ser tranquila e sem meus impulsos mais vorazes... para eu casar, ou ter esse desejo momentâneo, mesmo que seja apenas uma história fictícia da minha cabeça, precisa beijar com vontade, amar com vontade, nada essa coisa egoista de querer apenas sentir prazer sem oferecer. Nos últimos tempos, talvez me sentindo rejeitada assumo que encontrei pares péssimos, entre egoismo e falocentrismo, até o descuido de sexo sem preservativo. E me senti como muitas mulheres sentem: como um pedaço de carne. Não é fácil exigir o toque respeitoso do outro quando você não se sente digna de recebê-lo. 
A autoestima é a chave do autoamor, quando ela está em frangalhos, sabe-se lá porque, abrimos a porta do inferno para o desamor, de si e do outro...
Neste sentido, anterior a esse sorriso largo e olhar honesto se fazer brilho para meu olhar, eu vinha em um tédio amoroso sem fim. Ficava uma gangorra entre auto-cobrança de ser sensual, sentir-se sensual e ter uma vida sexual, e ao mesmo tempo querer ficar na cama em posição fetal toda vez que eu voltava do trabalho. Eu estava exausta, e aumentava gradativamente minha exaustão em pensar a possibilidade de conhecer alguém. No fundo o medo da rejeição, por diversos dilemas, não somente motivos. Acredito que o fato de ser mulher já me permita pensar na rejeição, mas últimamente tenho me sentido um rejeito... vem um looping de quantas vezes cobrança e negligência familiar me trouxeram esse medo tão latente. 

Sugiro que o sorriso largo me trouxe ideias infantis, daqueles que se você um dia conseguir se entregar para esse homem, será amada a vida inteira. Eu tinha essa máxima adolescente, achava que o corpo, por meio do sexo era um prêmio ao meu objeto de desejo, e que ao me entregar seria digna de amor eterno, já que ainda na minha adolescência a virgindade era um valor em transição, e eu romântica que só, vendo mocinhas na globo serem aquelas que se guardam para o grande amor, pensava, que se um dia eu me entregasse a alguém, era para ficar junto para sempre. 

Claro que um homem de mais de 30 anos jamais iria imaginar que na minha cabeça surgiria ideia tão antiquada, mas eu não resisto aos clichês, e tenho pensado como fanfics lovers são decadentes e ultrapassadas, realmente essa narrativa parece um filme de terror, a protagonista vulgo eu, tem a ideia obscessiva de casar, não porque não é feliz, mas porque tem isso como uma meta escondida. E claro, um sorriso largo, com covinhas seria um par ideal, pelo menos para o projeto ilusório.

Continua...

domingo, 14 de agosto de 2022

Sobre os dia dos pais

 A palavra pai sempre foi algo muito sagrado para mim...

Hoje quando penso em pai, sempre me ligo a uma força masculina, algo da esperteza, agressividade, vitalidade, a força que tenho para lutar pelos meus direitos, para buscar realizar meu desejo. É sempre algo que vibra na energia do fogo, do metal, do ar, das armas, das artimanhas da vida, tudo que se vincula a conquistas materiais, a realizações me ligam a essa energia masculina, de um pai maior. 

Também me sinto ligada, a uma energia masculina do mar, algo da prosperidade, de um velho pescador que volta com sua rede carregada, e que prove a sua família a fartura. Ou um aventureiro, um desbravador, que vem do outro lado do oceano com suas histórias, suas expectativas, seus devaneios. E ainda alguém aprisionado, que obrigado a estar nessa terra, reconta e revê sua história, recomeça. 

Dessa forma o pai é o espaço, é o vulcão, é o trovão, é o novo, é o medo, é a fé...

Meu pai, pai de sangue, esse que me deu parte da minha ancestralidade me ensinou a rezar. Me ensinou a agradecer a um anjo da guarda, e a um pai santissima trindade, pai, filho e espírito santo. 

Esse pai me ensinou a ensinar a alguém a ser pai, me ensinou a dizer ao pai do meu filho a dar banho e me ajudar com as tarefas domésticas, a cuidar do meu filho. 

Esse pai também me ensinou a ter sonhos, a sonhar a ler e escrever para um dia ensiná-lo, a ter gana e vontade de mudar minha realidade, de ser inteligente, sábia, esperta, curiosa. 

Meu pai tinha uma ideia de infância bem bonita, gostava de deixar-nos livres, e também de permitir que mexessemos em coisas de adultos, como cozinhar no fogão. Meu pai não sabia ler, então também me deu o poder saber mais que ele e dizer o que estava escrito, e algumas vezes repreendê-lo, por não compreender as coisas. 

Mas esse pai também deixou marcas profundas, que hoje consigo nomear abandono... seguir em frente sem olhar pra trás, e ainda assim nos amando, me construiu uma ideia muito cruel de amor que não fica, que não luta pra ficar junto, que se despede, sem dizer tchau, e que reaparece sem ter noção ou responsabilidade do mal que fez. 

Por ignorância, machismo, ou qualquer outro nome que posso dar, ele deixou de nos procurar, de prover alimentos, de lutar para que eu e minha irmã tivessemos comida. No que escutei dele, tinha medo de nos procurar e parecer que procurava a mulher que abriu mão do casamento com ele, dessa forma, meu pai por orgulho, abriu mão de me acompanhar... talvez quando eu mais precisei de pai, o único pai que tive foi o pai maior, o pai coragem, o pai fé, o pai amor...

O pai amor próprio demorou para se apresentar, e ainda reluto em ter uma boa relação com ele. Essa marca de ter apenas 11 anos e não conviver mais com a minha figura paterna, fez eu ansiar por algo próximo a um pai... talvez um padrastro, um tio, um amigo, um padrinho, alguém que pudesse ser guia, caminho, colo...

Eu acreditava que se um dia reencontrasse meu pai, ia saber mais de mim e poder amar verdadeiramente alguém, que meu problema com os homens, meu jeito livre, questionador, querendo ser romântica mas ao mesmo tempo viver minha sexualidade, eu acreditava primeiro que isso era problema, segundo que deveria ser concertado, que talvez se eu tivesse tido um pai censor, eu seria mais adequada, e dessa forma teria o direito de ser amada. 

Não ter um pai, ou perceber que meu pai, é marginal, nordestino, alcoolatra, analfabeto, me fez também sentir que era um homem assim que eu merecia, alguém que estivesse a margem da sociedade, e que precisasse de uma mulher forte, que suportasse todos os pesares para concertá-lo.

Esse texto continua, porque por meio da escrita visitar essas camadas e falar delas está sendo dolorido, mas preciso escrever sobre, talvez eu revisite em outra hora, e possa dar sequência ao que é pai pra mim ou a vivência que eu tenho de pai 

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Minha depressão

Me sinto inadequada até quando eu tento fazer as coisas certas, como de repente ter um emprego seguro, juntar dinheiro e ter uma casa... parece que é tudo que se espera de uma mãe solo que o filho mora com o pai... tomar juízo e aproveitar o tempo livre para recomeçar a vida.


Que vida??

Eu tenho trabalhado 8 horas por dia, distante da minha casa, nesse fluxo, fico cerca de 12 horas na rua, e as demais horas, bem, fora o tempo que fico ansiosa com meu trabalho, dormir, comer e tomar banho ocupam parte dessas horas...


Não tenho conseguido organizar rotinas, muito menos organizar hobbies... e sinceramente me sinto apagada, apática e sem prazer... 


A casa onde estou não tem meu cheiro, muito menos a cor da parede fui eu quem escolheu... 

Minhas coisas de decoração estão colocadas de qualquer forma, não gosto e nem me sinto a vontade para mexer na casa, por que talvez deveria começar pela cor. 


Não tenho conhecido ninguém, e me sinto chata e inadequada, e sinceramente acredito que na minha tiroide cresce um câncer enorme. 


domingo, 3 de outubro de 2021

ENSAIOS POÉTICOS DE UMA BOA MULHER - VULGO A AMIGA

 Para minha analista sempre digo que odeio esse lugar de garota legal, fico tentando descrever esse lugar e apontar o desconforto que tenho de encarar esse papel... no entanto me sinto sempre voltando para ele. Mas afinal o que seria a garota legal? 

Acredito que seja a garota que não encana com nada, está disponível, sem jogo, frescura, chama pra conversar, toma uma cerveja, ouve as groselhas do cara, depois transa com ele de forma carinhosa, oferece pernoite, café da manhã, cafuné e carinho, e faz cara de paisagem como tudo bem ele voltar uma outra hora pra algo assim bem casual, sem muita discussão de relação, compromisso ou coisa do tipo. 

Acredito que muitas passaram por essa situação, e as vezes apenas por carência afetiva, ou luxúria mesmo de viver um lance descompromissado, no entanto eu percebo que me frustra, então tenho tentado evitar.

Num entanto um amigo de longa data, que nunca foi um amigo, sempre foi alguém que as vezes era amigo, as vezes era um cara que eu transo, pois bem esse amigo sugeriu me visitar. 

Aceitei a visita, e inicialmente foi algo tranquilo, agradável, e risonho...

No entanto... eu nessa tentativa de texto literário faço essa pausa... porque emocionada, como eu quisesse escrever esse texto de maneira legal, tipo a mina legal que recebeu o amigo pra comê-la, e tudo legal bora transar, e que ficou tudo legal, percebe que porra... não consigo ver de fato isso como algo muito legal... 

E dói escrever... dói porque não sei se é o meu nível de luxúria hard que depois de duas transas eu queria continuar na fudelança, não sei se eu meio que me incomodei com o fato dele questionar se eu estaria incomodada de num momento que eu fui na cozinha  preparar o almoço ele ficou deitadão no sofá... mas dói escrever, que mesmo na tentativa de receber alguém que não era um date, ele em algum momento me gerar as frustrações desencontradas de um date, e a sensação horrível de ser a mina legal que tá tudo bem... 

Só sei que eu sou a amiga dele, tipo alguém que podemos conversar, dividir momentos tranquilos de parceria e carinho, e eu que disse isso aqui:

- Cláudio, você é meu amigo, e eu não quero que mude nada entre nós. 

Tipo eu não penso no Cláudio como o grande mozão... o pouco tempo da visita, percebi que no limiar dos meus sentires, eu queria algo de paixão, coisa de dois amantes se comendo, se cheirando, muito, por estarem apaixonados, no entanto ele é só meu amigo.


domingo, 15 de agosto de 2021

Ensaios poéticos de uma boa mulher - O ADMIRADOR SECRETO I

Meu admirador secreto me escrevia poesias, não era tão secreto assim, eu o conhecia, não muito bem, conhecia a insistência dele em tentar me arrancar sorrisos, e talvez suspiros. 

Outro tempo teve um poeta que eu troquei coisas, mas acho que o estilo dele descomprometido me fez ficar mais instigada. 

O admirador secreto não me instigava, era tão óbvia a proposta de amor eterno dele, que não se sustentava, aliás ele não conseguia se sustentar, sempre estava em empregos precários e situações não muito confortáveis, e eu aos meus mais de 30 anos, com alguns concursos públicos acumulados na minha carreira, buscava alguém que pudesse pagar as próprias contas e me oferecer uma cerveja. 

Também a quem eu queria me enganar, eu também vivia na pindaiba, mas fazia a pose bem sucedida, ou ao menos uma pose de esforçada, essa pose refletia um pouco a verdade da minha vida. 

Ele um dia me contou das decisões que não tomou, das impulsividades que o levaram a não ter nada, e sinceramente, eu senti uma inveja, porque de alguma maneira, eu fui menos impulsiva, e mais certinha,  no entanto não tinha nada, nem a cara de pau de insistir em cortejar alguém que não me quer. 

Ensaios poéticos de uma boa mulher II

Surpreendentemente depois de umas taças de vinho sugeriu que eu ficasse.
Estava frio, e eu já estava lenta, sono e um beijo me convenceram de pernoitar. 
Mais coisas me convenceram: a casa era bem arrumada, cheirava limpeza, e os lençóis eram macios. 
Também havia um aquecedor. 
Sem muita intimidade ele perguntou se eu queria transar, e não me opus a possibilidade da transa.
No entanto não estava funcionando, não sei se falta de química, desejo, ou realmente parecia tudo mecânico, algo pouco ensaiado, as mãos não se encontravam, o corpo também, aliás acredito que talvez o frio trouxe a dificuldade de seu membro enrijecer.
Fiquei um pouco frustrada e ele sugeriu então que eu ficasse de quatro. 
Achei interessante, não teria que olhar pra cara dele e demonstrar minha frustração, e talvez assim, olhando para minhas nádegas pudesse sentir um calor e o membro enrijecer.
Eu gostei quando antes de me comer, ele deu uma boa lambida na minha xana, até me iludi achando que ele ia ficar muito tempo ali me lambendo, mas não, tratou-se apenas de uma amostra grátis. 
Ele me comeu, gozou, e ai resolvemos dormir. 
Apesar de conhecer meu corpo, e meus espasmos, acho que o frio fez com que eu sentisse algo próximo de um projeto de gozo sabor frustração. 
No dia seguinte, café da manhã, manteiga de garrafa, pães integrais... pensei eu, pelo menos o serviço de quarto foi de boa qualidade. 
Talvez eu retorne para tomar novamente um vinho do bom, e ter companhia? 
Talvez a lembrança de  pernoites em colchões cheios de ácaros me fez achar o encontro interessante.